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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nossos instintos


Ê uma doutrina falsa aquela que ordena que devemos erradicar da nossa natureza qualquer coisa que Deus ali tenha implantado, tão falsa e tola quanto a de aleijar um fogoso potro puro sangue porque ele é selvagem e não foi domado.

O amor à beleza, o vitalizante impulso do instinto puro, normal e saudável, a alegria da batalha - sem estas coisas nós seríamos criaturas realmente miseráveis. Deus legou-as para nós, e podemos presumir que Ele sabia muito bem o que estava fazendo. Quem somos nós para julgar o Seu trabalho e condenar aquilo que Ele achou que era bom?

O que a lei de Deus proíbe é o abuso destas coisas, não o uso delas para aquelas finalidades às quais foram destinadas. A Senda do Fogo-da-Terra proporciona uma disciplina dos instintos muito mais completa e muito mais eficaz do que as cavernas dos eremitas de Tebas, com suas torturas ascéticas e suas automutilações, cometendo violências contra a natureza e ultrajando o trabalho de Deus.

Amedrontado ante as forças Elementais, quando se defronta com elas sem estar purificado e preparado, o asceta foge daquilo que ele acredita ser a tentação. É uma política muito mais lógica a de equilibrar as forças antagónicas existentes na nossa própria natureza, até podermos controlar a nossa turbulenta parelha de instintos e fazê-la puxar a carruagem da alma com a força da sua velocidade incansável.

Chegará, para todos nós, o dia em que estaremos livres da Roda do Nascimento e da Morte e entraremos na Luz para nunca mais retornar.

(Dion Fortune)

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