WORLD PRESS CARTOON - SINTRA

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O concurso World Press Cartoon reúne anualmente as melhores caricaturas publicadas em jornais e revistas por todo o mundo. Plenas de humor negro e fruto da liberdade de expressão, são uma forma de contar a História contemporânea, usando sentido crítico e pondo o dedo na ferida. Conheça aqui os melhores desenhos das seis edições do concurso.

Estando já na 6ª edição, o World Press Cartoon, dedicado ao humor gráfico na imprensa, goza de um portfólio alargado de caricaturas de qualidade. Só na edição de 2010 estiveram a concurso 878 trabalhos, provenientes de 429 autores de 77 nacionalidades. O concurso premiou o melhor que se publicou neste género em jornais e revistas durante o ano de 2009.

O grande vencedor desta edição (que levou o Grand Prix, no valor de 20 mil euros) foi o argentino Gabriel Ippóliti. Publicada no diário "Âmbito Financeiro", de Buenos Aires, a sua caricatura de Vladimir Putin a colocar balas numa arma com uma bandeira remendada da URSS em fundo alude às notícias de rearmamento da Rússia tornadas públicas durante o último ano.

Mas esta não foi, claro, a única figura conhecida entre os 400 trabalhos apresentados na exposição final. Vaclav Teichman traz-nos Steve Jobs com um porquinho mealheiro muito semelhante ao símbolo da Apple. Obama aparece como Rato Mickey e o presidente do Afeganistão com um ar assustador.

Juntando o melhor desta arte e tentando promover o cartoon como um género jornalístico com o seu valor próprio, o World Press Cartoon premia os melhores talentos da área, considerando-se uma bandeira da liberdade de expressão enquanto valor inalienável da dignidade humana. Por exemplo, o vencedor da categoria Humor deste ano é Hassan Karimzadeh, um iraniano condenado a dez anos de prisão por um desenho considerado ofensivo. Devido a pressões internacionais, o catoonista acabou por apenas cumprir dois e foi possível a sua participação no concurso.

E quem pode negar o valor histórico (e crítico) dos pequenos desenhos que são publicados todos os dias em jornais e revistas de todo o mundo? Nas seis edições do concurso, os desenhos acompanharam a presidência de George W. Bush, representando-o como um macaco agarrado ao Iraque e à Al-Qaeda, entre outras imagens alusivas às tensões no Médio Oriente. Retrataram as polémicas da Igreja Católica e o Papa Bento XVI. As políticas de imigração na União Europeia, os hábitos da sociedade moderna, o futebol e, ainda, as alterações climáticas, passaram por lá. Os cartoons espelham e constroem a opinião pública e, como boas caricaturas, muitos deles transbordam humor negro.

diana guerra é normalmente zote, mas dizem que também se interessa por arte, cultura e essas coisas óbvias.