Durante minha viagem ao Campo Base do Everest em 2001, uma equipe tentava chegar ao topo da montanha mais alta do mundo. E no dia 25 de maio de 2001 a conquista do cume foi comemorada de forma especial. Um componente do grupo era Erik Weihenmayer (foto), um alpinista cego. Erik venceu desafios que a maioria das pessoas, com a visão perfeita, não consegue. E o médico que o acompanhava, Sherman Bull, aos 64 anos transformou-se na pessoa mais velha até então a conquistar o cume do Everest. Suas “limitações” foram vencidas, contra todas as previsões.
E pra ficar nos nossos exemplos, quem é que não lembra do Zagallo, aos sessenta e cinco anos, na Copa América de 1997 dizendo ao microfone da Globo: "vocês vão ter que me engolir"? O velhinho tapou a boca de todo mundo...
Pois bem. Erik continua escalando, palestrando e servindo de exemplo. O Dr. Sherman Bull continua nas montanhas. Zagallo só parou por causa da saúde. O que é que esses caras têm de tão especial, que os faz capazes de surpreender diante dos obstáculos, das críticas e da incredulidade das pessoas?
Encontrei a resposta numa entrevista que Erik Weihenmayer deu após retornar do Everest. Perguntado sobre o que fez para – apesar de cego – chegar lá, Erik foi direto:
– Jamais aceitei cumprir o papel que a sociedade reservou aos cegos.
Que tal? A pergunta “o que é que a sociedade reserva pra mim?” só interessa a quem está conformado em ser mais um ressentido passivo.
by Luciano Pires
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